O tabagismo é um importante problema de saúde pública, pois é a principal causa de morbilidade evitável e de mortalidade prematura, contribuindo para o desenvolvimento de numerosas doenças, como a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), a doença cardíaca isquémica, o acidente vascular cerebral e, inclusivamente, foi estabelecida uma relação causal entre o tabagismo e o desenvolvimento de diferentes tipos de cancro, como o cancro do pulmão e da mama.

Além disso, no caso das mulheres, tem consequências adicionais, que podem afetar o nível ginecológico e reprodutivo, bem como aumentar a probabilidade de sofrer complicações na gravidez, como partos prematuros, gravidezes ectópicas e abortos espontâneos, entre outros.

Tabaco; substância tóxica na gravidez

O tabaco é uma planta utilizada para fabricar cigarros, charutos e cachimbos. Contém 4000 substâncias químicas, das quais pelo menos 250 são reconhecidamente nocivas para a saúde e mais de 50 são reconhecidamente cancerígenas para os seres humanos. Existem provas científicas de que os componentes do fumo do cigarro alteram o desenvolvimento humano durante a vida intra-uterina.

Por conseguinte, as numerosas substâncias tóxicas e viciantes, como a nicotina e o alcatrão, componentes do tabaco, podem atravessar a placenta e chegar ao feto, constituindo um risco significativo para o seu bom desenvolvimento.

Riscos para a mãe e o bebé

 

Tal como referido na introdução, o efeito do tabagismo na gravidez tem um impacto negativo significativo.

Fumar durante a gravidez aumenta o risco de desenvolver problemas de saúde como doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), cancro do pulmão e outros cancros.

As mulheres que fumam durante a gravidez correm um risco acrescido de sofrer complicações como placenta prévia, descolamento da placenta, rutura prematura das membranas, morte fetal intra-uterina e síndrome da morte súbita do lactente.

Por outro lado, o tabagismo pode afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto. Os bebés expostos ao fumo do tabaco tendem a ter pesos mais baixos à nascença e podem ter um atraso no crescimento intrauterino.

Além disso, fumar durante a gravidez aumenta o risco de malformações congénitas no feto, tais como lábio leporino, fenda palatina e defeitos cardíacos.

Deve também ter em conta que as mulheres que fumam durante a gravidez têm mais probabilidades de dar à luz prematuramente (ameaça de parto prematuro). O parto prematuro pode aumentar o risco de complicações para o bebé, como dificuldades respiratórias e problemas de saúde a longo prazo.

Por outro lado, deixar de fumar antes ou durante o início da gravidez reduz estes riscos, uma vez que se verificou que as mulheres que deixaram de fumar no primeiro trimestre tiveram menos complicações gestacionais e pesos mais elevados à nascença. O consumo de tabaco é, portanto, um dos poucos factores evitáveis associados a consequências adversas no período perinatal.

como o tabagismo afecta a gravidez

Efeitos a longo prazo na criança

Sabe-se que o tabaco tem efeitos a curto, médio e longo prazo nos filhos de mães fumadoras.

As crianças expostas ao fumo do tabaco durante a gravidez têm um risco acrescido de desenvolver problemas respiratórios, como asma e bronquite, durante a infância.

Além disso, não só aumenta o risco de doenças respiratórias, como o tabagismo materno durante a gravidez altera a maturação morfológica e funcional do cérebro, aumentando assim a probabilidade de a criança desenvolver perturbações comportamentais, como a perturbação de défice de atenção e hiperatividade (PHDA) e problemas de comportamento.

Tabaco sem nicotina para mulheres grávidas

Muitas futuras mães optaram por mudar do tabaco para cigarros sem nicotina ou electrónicos durante a gravidez. No entanto, estudos científicos demonstraram que as alternativas, como o vaping, têm efeitos tóxicos para o bebé, muito semelhantes aos causados pelo tabaco.

A maioria das mulheres acredita que os cigarros sem nicotina são inofensivos para o feto, mas o contrário é que é verdade.

Estudos realizados por especialistas neste domínio concluíram que o feto em desenvolvimento está exposto aos mesmos perigos que o tabaco quando vaporiza ou utiliza cigarros electrónicos sem nicotina. Os riscos a que o feto e o futuro bebé estão expostos são os mesmos que os analisados na secção anterior.

Por outro lado, os cigarros aromatizados não estão isentos de toxinas, pelo que também devem ser evitados durante a gravidez.

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Conselhos para deixar de fumar durante a gravidez

 

Se está grávida e fuma, é importante que procure ajuda para deixar de fumar. Partilhamos consigo algumas dicas úteis:

Considerações adicionais

 

Fumar durante a gravidez tem consequências graves para a mãe e o feto. É essencial procurar ajuda e deixar de fumar o mais rapidamente possível para garantir uma gravidez saudável e um desenvolvimento adequado do bebé.

Eis algumas considerações a ter sempre em mente quando se trata de combinar o tabagismo com a gravidez:

Quando está grávida, deve cuidar não só da sua saúde, mas também da vida no seu ventre. É por isso que deve aplicar algumas medidas adicionais e esforçar-se por criar hábitos mais saudáveis.

Além disso, deve também evitar ser um fumador passivo, pelo que deve manter-se afastado de ambientes onde circula o fumo do tabaco.