hydrosalpinx

O que é Hydrosalpinx? Sintomas e tratamento

Um dos processos que pode afetar as mulheres e diminuir as suas hipóteses de engravidar é a hidrossalpinge. Embora existam atualmente práticas eficazes de diagnóstico e tratamento, esta doença pode causar um grande desconforto aos casais que desejam ser pais.

O que é a hidrossalpinge?

A hidrossalpinge é um bloqueio no sistema reprodutor feminino, especificamente nas trompas de Falópio, que acumulam líquido, fazendo com que fiquem distendidas e dilatadas.

Como resultado desta obstrução tubária, as trompas de Falópio funcionam mal, impedindo que os espermatozóides cheguem ao óvulo e que ocorra a fertilização.

Pode dizer-se que, em geral, não está num processo grave (a menos que haja uma superinfeção do processo) mas, normalmente, as mulheres que são identificadas como tendo hidrossalpinge e que vão submeter-se a um tratamento de reprodução assistida devem primeiro submeter-se a uma cirurgia para remover o(s) tubo(s) doente(s) ou dilatado(s).

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Quais são os tipos de hidrossalpinge?

Como já foi referido, a hidrossalpinge afecta as trompas de Falópio, ocorrendo numa ou em ambas as trompas de Falópio. Assim, a sua tipologia depende do número de tubos que afecta.

Os tipos de hidrossalpinge são os seguintes

  • Hidrossalpinge unilateral: ocorre quando a doença está presente em apenas uma das trompas e a outra permanece intacta.
  • Hidrossalpinge bilateral: neste caso, a patologia afecta ambas as trompas, que se tornam não funcionais.

O tipo mais comum é a hidrossalpinge unilateral.

Se se tratar de hidrossalpinge numa só trompa, a mulher pode conceber uma nova vida no seu útero sem qualquer problema. Mas quando ambas as trompas de Falópio sofrem desta condição, conseguir engravidar naturalmente é um desafio. Por todas estas razões, esta patologia é considerada uma causa de infertilidade tubária feminina.

Sintomas de hidrossalpinge

Normalmente, esta doença não gera sintomas, pelo que o seu diagnóstico por ultra-sons é por vezes difícil. O que acontece frequentemente é que os médicos especialistas detectam-na quando estão a realizar testes de fertilidade em mulheres depois de estas terem tentado e não terem conseguido engravidar.

Em alguns casos, podem notar dores localizadas na parte inferior do abdómen, que podem ser frequentes e graves em determinadas alturas. Por outro lado, existem também hidrossalpinges agudas ou graves, que podem causar mal-estar geral, febre e corrimento vaginal com mau cheiro (quando superinfectadas).

Há também casos em que a doença é detectada quando a mulher tem uma gravidez ectópica.

Possíveis causas da hidrossalpinge

A principal causa da hidrossalpinge é a DIP – Doença Inflamatória Pélvica, que é normalmente causada por uma infeção sexualmente transmissível. Normalmente, esta infeção é a gonorreia ou a clamídia.

Qualquer uma destas infecções ao longo dos anos ou mal tratada pode resultar numa inflamação grave da trompa de Falópio. Esta infeção genital provoca a libertação de elementos pró-inflamatórios e a acumulação de líquido na trompa.

Além disso, existem outros factores que podem levar à hidrossalpinge, tais como

  • Algum tipo de cirurgia nas trompas ou noutro órgão da cavidade pélvica (aderências).
  • Utilização do DIU como método de contraceção.
  • Gravidez ectópica anterior.
  • Tuberculose tubária.

Qualquer um destes factores pode resultar em cicatrizes ou aderências nas trompas, que podem evoluir para hidrossalpinge.

Diagnóstico de hidrossalpinge

Para diagnosticar esta patologia na mulher, pode ser efectuado um dos seguintes exames médicos:

Ultrassom transvaginal

Este exame médico permite a visualização do líquido acumulado nas trompas.

Consiste numa ecografia transvaginal. Um procedimento simples e cómodo para as mulheres, embora se deva notar que a sua capacidade de diagnóstico com certeza é baixa.

Histerossalpingografia

Permite a observação pormenorizada da dilatação das trompas e a deteção da existência de obstruções, através de raios X e contraste.

Embora possa ser um pouco incómodo para o doente, não causa dor.

Histerossonografia:

Utiliza um contraste chamado Sonovue, que é administrado através de uma cânula pelo colo do útero, e com controlo ecográfico (e não radiológico) é possível visualizar a passagem do contraste pelas trompas, bem como eventuais lesões que ocupem espaço intracavitário (pólipos, miomas). A sua vantagem é a não utilização de raios X. Esta é a técnica atualmente utilizada.

Laparoscopia

Esta técnica de diagnóstico é mais complexa e invasiva, uma vez que implica uma intervenção cirúrgica. O diagnóstico e o tratamento da hidrossalpinge ou da não permeabilidade tubária podem ser estabelecidos no mesmo ato cirúrgico, através da realização de uma salpinguectomia.

Este mecanismo requer anestesia e tem lugar num bloco operatório.

Tratamento da hidrossalpinge

O tratamento adequado dependerá de factores como a causa, o tempo de desenvolvimento e se a mulher deseja procriar.

Se a doença for causada por uma infeção ainda presente no corpo do doente, o médico especialista tratará o doente com antibióticos.

Se a hidrossalpinge persistir após o tratamento, serão consideradas alternativas cirúrgicas. Normalmente, opta-se pela laparoscopia para efetuar uma salpinguectomia.

Os tratamentos cirúrgicos utilizados para resolver a hidrossalpinge incluem os seguintes:

  • Salpingectomia: é a remoção da trompa onde está presente a hidrossalpinge. É geralmente aplicada nos casos em que a hidrossalpinge é maior do que 3 cm.
  • Oclusão tubária: trata-se de um bloqueio proximal da trompa de Falópio, utilizando eletrocoagulação.

O objetivo destes procedimentos é evitar que o líquido da hidrossalpinge chegue ao útero e influencie negativamente a implantação do embrião.

É possível uma gravidez com hidrossalpinge?

A resposta a esta pergunta é sim, embora a probabilidade de sucesso seja menor. Existe também uma maior probabilidade de engravidar, mas com uma gravidez extra-uterina, localizada na trompa doente. No entanto, as mulheres devem recorrer a um método de reprodução assistida para poderem engravidar.

O método mais adequado é a fertilização in vitro (FIV), uma vez que os óvulos podem ser obtidos a partir do ovário da futura mãe, levados para o laboratório para fertilização e os embriões transferidos para o útero.

A FIV é utilizada quando a paciente não tem trompas de Falópio funcionais.

Quando a hidrossalpinge é unilateral e uma das trompas é completamente saudável, é possível obter uma gravidez natural. Também se pode optar pela inseminação artificial.